segunda-feira, 29 de julho de 2019

Jaca



Jaca

Ainda que suas origens sejam incertas e a documentação, escassa, considera-se que Jaca foi fundada no primeiro milênio antes de Cristo, pelos jacetanos, citados pelo historiador grego Estrabão no século I como um dos povos importantes no norte da Península. Esta tribo chegou a ocupar um extenso reino, que ia dos Pirenéus até Huesca e Lérida, e cuja capital era situada em Jaca (Iacca).

Integrada ao Império Romano, Jaca constituiu-se num ponto de vigilância das rotas dos Pirenéus e desenvolveu economia próspera, cujo auge se manteve até o século III. No século IV, entrou em decadência devido à ameaça de criminosos que atacavam caravanas e mercadores que transitavam pelas rotas.

Após a queda do Império Romano, os godos invadiram a península, e Jaca passou a ser conhecida como Apriz.

Nas montanhas dos Pirenéus, foram mantidos territórios cristãos após a invasão dos árabes devido ao protectorado carolíngio estabelecido por Carlos Magno na chamada Marca Hispânica. Um desses condados foi o núcleo do Reino de Aragão. Até 920, foi estabelecido o condado independente dos francos, Galindo II Aznárez repovoou antigas populações da bacia do Rio Aragão ao longo da qual se articulava o condado, entre as quais se encontrava Jaca, que era então uma fortaleza habitada por poucas pessoas, uma aldeia com actividade meramente agropecuária. Pertencia a uma zona dependente do monastério de Siresa e contava com um monastério que tinha uma igreja de planta basilical, reformada no século XI e demolida em 1841.

No início do século XI, Jaca era um acampamento militar fortificado em cuja vizinhança havia surgido um número exíguo de habitações, mas que ganhava cada vez mais importância devido à sua proximidade com a rota para Somport (uma das mais acessíveis para a França desde a Idade Antiga) e por sua situação estratégica no caminho de Santiago - que, neste século, ganha cada vez mais importância - e na rota para Pamplona que recorria ao Canal de Berdún.

CATEDRAL

Ramiro I de Aragão estabeleceu em Jaca uma residência real, possivelmente no forte, ficando próximo ao monastério de San Pedro, sede do bispo de Aragão, assim denominado até que, em 1077, Sancho Ramírez dotou Jaca de seu próprio foro e deu início, até 1082, à construção da Catedral de Jaca. Até então, entre o monastério de San Pedro e o forte, a aldeia permanecia desabitada. Como observou José María Lacarra, passando a ser Jaca sede real e residência habitual do bispo aragonês, começaram a chegar habitantes dedicados à administração e comerciantes que tornaram Jaca algo além de uma aldeia dedicada exclusivamente à pecuária e à agricultura.

Entretanto, o impulso definitivo ao desenvolvimento de Jaca foi dado por Sancho Ramírez em 1077, quando, pelas disposições do mencionado Foro, pioneiro entre os territórios cristãos, converteu-se a vila à cidade, dotando-a de sede episcopal, e estabelecendo Jaca como capital do reino entre 1077 e 1096. Sancho Ramírez também edificou um novo palácio real no distrito de Santiago, e unificou os três núcleos iniciais (forte, monastério de San Pedro e burgo de Santiago) em uma única entidade populacional.

As pestes e os incêndios do final da Idade Média afundaram Jaca Numa crise da qual somente saiu após a intervenção de Fernando, o Católico para a formação de um governo local. Isso favoreceu a burguesia local e como consequência, muitos de seus membros se tornaram mecenas de artistas. O resultado dessa ocorrência pode ser especialmente observado na catedral.

Tendo em vista uma hipotética invasão francesa, o Rei Filipe II da Espanha ordenou a construção de várias fortalezas ao longo dos Pirenéus, entre as quais a Cidadela de Jaca, e a cidade começou a se consolidar como fortaleza militar para defesa dos reinos peninsulares.

Guerra de Sucessão.
O papel de defesa da cidade é confirmado durante a Guerra de Sucessão Espanhola, na qual Jaca se posicionou do lado dos Bourbon. Em decorrência disso, foi cercada por aliados de Carlos de Habsburgo e socorrida pelo marquês de Salutcioa. O rei Filipe V da Espanha agradeceu à cidade de Jaca com os títulos de «muy noble, muy leal, y muy vencedora», acrescentando a flor-de-lis ao escudo de armas que ostentava a Cruz de Sobrarbe e as quatro cabeças, emblema da batalha de Alcoraz.

Jaca também desempenhou papel na Guerra dos Pirenéus, sendo um dos objectivos dos revolucionários franceses, devido à sua posição estratégica.

Guerra da Independência.
Durante a Guerra da Independência Espanhola, Jaca se rendeu aos franceses em 21 de Março de 1809, devido à deserção fomentada secretamente pelo Pe. José de la Consolación. Foi recuperada em Fevereiro de 1814 pelo general Francisco Xavier Mina.
CIDADELA

Durante as Guerras Carlistas, vários soldados da guarnição de Jaca foram denunciados em 1839 por vender armas aos revolucionários.

República na Espanha
Em Dezembro de 1930, Fermín Galán Rodríguez, junto ao capitão Ángel García Hernández e outros, protagonizaram a Revolta de Jaca, pronunciamento militar que pretendia instaurar a República na Espanha. O golpe fracassou e os dois líderes mencionados foram fuzilados em 12 de Dezembro.

(VIKIPEDIA)

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